quarta-feira, 15 de julho de 2009

4 - Análise da Identidade em Sites Sociais - Reflexão e Intervenções

Reflexão





Nesta 4ª e última actividade, a nossa tarefa consistiu na identificação de marcas identitárias da adolescência através de uma grelha de análise em sites sociais. Foi muito interessante entrar no mundo destes jovens, observar as configurações que foram escolhidas, as mensagens trocadas, as imagens disponibilizadas. Pudemos finalmente tirar conclusões, ainda que de uma amostragem muito reduzida, relativamente à construção de identidade na adolescência aliada ao uso de Media Digitais. Verificámos que, tal como no mundo real, também virtualmente, os jovens procuram validação social, sobretudo dos seus pares, organizando, construindo sites de redes sociais, tal como i Hi5 e o Orkut, analisados pelos diferentes grupos nestas actividade, por forma a ir de encontro a uma tendência, a um grupo.

A intervenção I foi seleccionada pois para além de sistematizar as informações observadas através das grelhas, ilustra ainda a reflexão sobre este tema. A intervenção II, do colega Carlos Raminhos evidencia a relação que os jovens estabelecem com as TIC, tendo em conta os perigos que daí podem ou não advir. Refere ainda um estudo relativo ao uso da Internet de forma positiva. Termina a sua intervenção com uma questão relativamente à posição que a escola poderá ou não adoptar, com vista a uma maior adequação à realidade dos nossos jovens.


Intervenção I

Boa noite Professora e Colegas,

De facto, a facilidade quer de acesso quer de utilização é um dos factores de popularidade dos sites de redes sociais (SNS). O desejo de pertencer e de ter muitos amigos é outro aspecto que faz com que os adolescentes adiram a este género de sites, pois a validação social pelos pares é muito importante nesta fase da vida, para depois os jovens, ao reflectirem sobre si mesmos, se aceitarem, ou seja, pode ser um aspecto, da sua vida, facilitador na construção / afirmação de identidade.

Também foi notório que alguns jovens adicionam indiscriminadamente amigos à sua rede, embora, na prática, somente alguns efectivamente participem nela, quer com comentários, quer com “recados”, quer com fives, no caso do SNS Hi5. Este aspecto indicia que os jovens ainda não estão em alerta face aos perigos da Internet e aqui, voltamos a referir a importância que a escola e a família devem ter na vida dos jovens, enquanto pilares orientadores também neste aspecto ( o que também já foi realçado pelos colegas, nomeadamente pelo Pedro).

Como já foi largamente comentado, apesar de os SNS escolhidos pelos cinco grupos (um grupo seleccionou o SNS Orkut, e os outros quatro grupos seleccionaram o Hi5) não serem iguais, e a organização do perfil já estar determinada, os jovens investem muito no aspecto visual do seu espaço, nomeadamente na escolha de cores, imagens a projectar, mensagens, entre outros aspectos. Já também sobejamente referidas, as diferenças entre rapazes e raparigas no que diz respeito quer ao conteúdo, quer à forma, sendo que as raparigas utilizam cores e símbolos (emoticons) mais emotivos, mais carinhosos e os rapazes são mais objectivos quer na informação disponibilizada quer no aspecto, mais sóbrio, do espaço por eles organizado.

Também concordo quando é referido que estes SNS são uma extensão dos jovens, muitas vezes em sentido literal. Isto quer dizer que os jovens no seu dia-a-dia, comunicam com os seus colegas de várias formas, face-a-face, via telemóvel. Foi curioso visualizar que muitas das mensagens analisadas pareciam autênticas trocas de sms, na continuação do convívio efectuado na escola, ou seja, passaram o dia com os colegas, chegam a casa e continuam, muitas vezes com conversas de circunstância, sem conteúdo propriamente dito.

Concordo ainda quando é referido, quer pelo João Paulo, quer pelo João Carrega, que os jovens lêem de outra forma. Não lêem livros, como nós lemos, mas têm acesso a um manancial de informação que nós também não tínhamos, a outros meios que nós também não tivemos acesso e isso molda a maneira de estar na vida.

[] Margarida



Intervenção II


Boa noite colegas,

Entrar na discussão nesta fase, traz-me uma dificuldade acrescida: tentar não repetir o que já foi dito aqui. Mesmo assim atrevo-me a escrever algumas linhas de reflexão sobre a linguagem dos jovens e os "perigos", mesmo depois do último post da Paula que faz um excelente resumo.

Os meus tempos de adolescente já lá vão há muitos anos. Havia a rádio. Na secundária não se podia dizer :”- Estou chateado.” na presença de um professor . Os meus filhos passaram esse período nos anos 80– havia a televisão, os CD’s, as saídas à noite para irem às discotecas... Os “perigos aumentaram”, a televisão apresentava “alguns conteúdos chocantes”. A linguagem entre os jovens tinha códigos diferentes dos meus. Actualmente, falo muito com os meus ex-alunos acerca do mundo que os rodeia. Apercebo-me que estão expostos a mais perigos ( o mundo é mais adulto, as imagens, as notícias...), mas estão conscientes. Um dia destes, perguntei a duas jovens se conheciam o hi5 e o Facebook. Uma respondeu:” –Eu não tenho nada. O meu pai não deixa.” Ao que a outra respondeu: “-Eu tenho tudo. Eu gosto. Sei que há riscos, mas eu gosto”. Reflexão minha: qual das duas estará melhor preparada para o futuro? (Eu nunca fui adepto da avestruz.)

Desde o seu aparecimento, as comunidades sociais online tais como hi5, Facebook, MySpace têm atraído milhões de utilizadores, muitos dos quais integram estes sites na sua vida diária.

O que faz estas redes únicas é darem maior visibilidade aos seus utilizadores. Em muitas das inúmeras redes, os participantes não estão necessariamente à procura de conhecer novas pessoas, em vez disso, eles estão em primeiro lugar a comunicar com pessoas que já fazem parte da sua rede social. Um estudo da NSBA examinou o uso da Internet por adolescentes e revelou como as tecnologias de comunicação e de colaboração estão a mudar a forma como aprendem e como socializam.

Alguns dados interessantes:
- 50% diz que falam com os seus pares sobre educação;
- 96% dos estudantes com acesso à Internet fazem parte de redes sociais online;
- os estudantes passam mais tempo na Internet do que a ver televisão;
- para além das comunicações, muitos estudantes envolvem-se bastante em actividades criativas .

E a escola? Será que temos uma escola 2.0?

[] Carlos

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