sexta-feira, 17 de julho de 2009

Reflexão Final

Todo o percurso realizado, apesar de por etapas, articulou-se não só sequencialmente, mas também cumulativamente entre os temas desenvolvidos. Esta dinâmica resultou de uma forma muito positiva, pois alguns dos assuntos aqui abordados, tal como o Estudante Digital, já fazia parte reflexiva do meu dia-a-dia enquanto professora. Perceber que os alunos não respondem positivamente a determinadas actividades, a sua inquietude se têm de ouvir durante algum tempo um orador, revela-nos que há diferenças na maneira de estar na vida destas novas gerações. Para esta geração é tudo mais imediato, mais automático, mais intuitivo e pudemos verificar isso através da caracterização do nativo e do imigrante digitais, o que nos levou ao delinear do perfil do Estudante Digital. Mas, este estudante não está isolado, embora haja esse receio face à utilização de media digitais, embora possa estar sozinho fisicamente, ele interage com os seus pares virtualmente, tanto com o intuito de pertencer a determinado grupo, a ser aceite em determinada comunidade, o que pode contribuir, caso haja essa aceitação, essa validação social pelos seus pares, para a sua auto-estima e consequentemente para a construção de identidade. Finalmente, pudemos por em prática os conceitos adquiridos, através da análise de sites sociais de adolescentes, pudemos espreitar para o seu mundo, e perceber que as teorias desenvolvidas, reflectiam-se nos pormenores de vida expostos.

Este caminho foi envolvente, enriquecedor, colaborativo, divertido e, sobretudo contribuiu para podermos, enquanto professores, educadores, perceber, reflectir sobre quem são os nossos alunos, de que forma comunicam, de que forma socializam, de que forma vivem…

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Intervenções nos Fóruns

Intervenções nos Fóruns de Discussão

Para Descontrair...

4 - Análise de Identidade em Sites Sociais

Mds Act4 - Grupo Heavy_metal

4 - Análise da Identidade em Sites Sociais - Reflexão e Intervenções

Reflexão





Nesta 4ª e última actividade, a nossa tarefa consistiu na identificação de marcas identitárias da adolescência através de uma grelha de análise em sites sociais. Foi muito interessante entrar no mundo destes jovens, observar as configurações que foram escolhidas, as mensagens trocadas, as imagens disponibilizadas. Pudemos finalmente tirar conclusões, ainda que de uma amostragem muito reduzida, relativamente à construção de identidade na adolescência aliada ao uso de Media Digitais. Verificámos que, tal como no mundo real, também virtualmente, os jovens procuram validação social, sobretudo dos seus pares, organizando, construindo sites de redes sociais, tal como i Hi5 e o Orkut, analisados pelos diferentes grupos nestas actividade, por forma a ir de encontro a uma tendência, a um grupo.

A intervenção I foi seleccionada pois para além de sistematizar as informações observadas através das grelhas, ilustra ainda a reflexão sobre este tema. A intervenção II, do colega Carlos Raminhos evidencia a relação que os jovens estabelecem com as TIC, tendo em conta os perigos que daí podem ou não advir. Refere ainda um estudo relativo ao uso da Internet de forma positiva. Termina a sua intervenção com uma questão relativamente à posição que a escola poderá ou não adoptar, com vista a uma maior adequação à realidade dos nossos jovens.


Intervenção I

Boa noite Professora e Colegas,

De facto, a facilidade quer de acesso quer de utilização é um dos factores de popularidade dos sites de redes sociais (SNS). O desejo de pertencer e de ter muitos amigos é outro aspecto que faz com que os adolescentes adiram a este género de sites, pois a validação social pelos pares é muito importante nesta fase da vida, para depois os jovens, ao reflectirem sobre si mesmos, se aceitarem, ou seja, pode ser um aspecto, da sua vida, facilitador na construção / afirmação de identidade.

Também foi notório que alguns jovens adicionam indiscriminadamente amigos à sua rede, embora, na prática, somente alguns efectivamente participem nela, quer com comentários, quer com “recados”, quer com fives, no caso do SNS Hi5. Este aspecto indicia que os jovens ainda não estão em alerta face aos perigos da Internet e aqui, voltamos a referir a importância que a escola e a família devem ter na vida dos jovens, enquanto pilares orientadores também neste aspecto ( o que também já foi realçado pelos colegas, nomeadamente pelo Pedro).

Como já foi largamente comentado, apesar de os SNS escolhidos pelos cinco grupos (um grupo seleccionou o SNS Orkut, e os outros quatro grupos seleccionaram o Hi5) não serem iguais, e a organização do perfil já estar determinada, os jovens investem muito no aspecto visual do seu espaço, nomeadamente na escolha de cores, imagens a projectar, mensagens, entre outros aspectos. Já também sobejamente referidas, as diferenças entre rapazes e raparigas no que diz respeito quer ao conteúdo, quer à forma, sendo que as raparigas utilizam cores e símbolos (emoticons) mais emotivos, mais carinhosos e os rapazes são mais objectivos quer na informação disponibilizada quer no aspecto, mais sóbrio, do espaço por eles organizado.

Também concordo quando é referido que estes SNS são uma extensão dos jovens, muitas vezes em sentido literal. Isto quer dizer que os jovens no seu dia-a-dia, comunicam com os seus colegas de várias formas, face-a-face, via telemóvel. Foi curioso visualizar que muitas das mensagens analisadas pareciam autênticas trocas de sms, na continuação do convívio efectuado na escola, ou seja, passaram o dia com os colegas, chegam a casa e continuam, muitas vezes com conversas de circunstância, sem conteúdo propriamente dito.

Concordo ainda quando é referido, quer pelo João Paulo, quer pelo João Carrega, que os jovens lêem de outra forma. Não lêem livros, como nós lemos, mas têm acesso a um manancial de informação que nós também não tínhamos, a outros meios que nós também não tivemos acesso e isso molda a maneira de estar na vida.

[] Margarida



Intervenção II


Boa noite colegas,

Entrar na discussão nesta fase, traz-me uma dificuldade acrescida: tentar não repetir o que já foi dito aqui. Mesmo assim atrevo-me a escrever algumas linhas de reflexão sobre a linguagem dos jovens e os "perigos", mesmo depois do último post da Paula que faz um excelente resumo.

Os meus tempos de adolescente já lá vão há muitos anos. Havia a rádio. Na secundária não se podia dizer :”- Estou chateado.” na presença de um professor . Os meus filhos passaram esse período nos anos 80– havia a televisão, os CD’s, as saídas à noite para irem às discotecas... Os “perigos aumentaram”, a televisão apresentava “alguns conteúdos chocantes”. A linguagem entre os jovens tinha códigos diferentes dos meus. Actualmente, falo muito com os meus ex-alunos acerca do mundo que os rodeia. Apercebo-me que estão expostos a mais perigos ( o mundo é mais adulto, as imagens, as notícias...), mas estão conscientes. Um dia destes, perguntei a duas jovens se conheciam o hi5 e o Facebook. Uma respondeu:” –Eu não tenho nada. O meu pai não deixa.” Ao que a outra respondeu: “-Eu tenho tudo. Eu gosto. Sei que há riscos, mas eu gosto”. Reflexão minha: qual das duas estará melhor preparada para o futuro? (Eu nunca fui adepto da avestruz.)

Desde o seu aparecimento, as comunidades sociais online tais como hi5, Facebook, MySpace têm atraído milhões de utilizadores, muitos dos quais integram estes sites na sua vida diária.

O que faz estas redes únicas é darem maior visibilidade aos seus utilizadores. Em muitas das inúmeras redes, os participantes não estão necessariamente à procura de conhecer novas pessoas, em vez disso, eles estão em primeiro lugar a comunicar com pessoas que já fazem parte da sua rede social. Um estudo da NSBA examinou o uso da Internet por adolescentes e revelou como as tecnologias de comunicação e de colaboração estão a mudar a forma como aprendem e como socializam.

Alguns dados interessantes:
- 50% diz que falam com os seus pares sobre educação;
- 96% dos estudantes com acesso à Internet fazem parte de redes sociais online;
- os estudantes passam mais tempo na Internet do que a ver televisão;
- para além das comunicações, muitos estudantes envolvem-se bastante em actividades criativas .

E a escola? Será que temos uma escola 2.0?

[] Carlos

3 - Media Digitais e Construção da Identidade Social

MDS - Actividade 3 - Grupo 1

sábado, 11 de julho de 2009

3 - Media Digitais e Construção da Identidade Social - Reflexão e Intervenções

Reflexão

Nesta 3ªactividade, já depois de termos aprofundado os nossos conhecimentos relativamente aos processos de construção da identidade na actividade anterior, o objectivo agora foi o de identificar de que forma esse processo se efectua mediante esta nova realidade digital: de que forma os jovens sociabilizam através de Media Digitais e como é que será notório em termos de construção de identidade? Assim, e tendo como recursos disponíveis seis textos, onde esta temática foi abordada, foram descritos várias casos onde tecnologias como o telemóvel, ferramentas do Office, tais como o powerpoint, recurso à internet para construção de blogues ou sites motivados em disciplinas, entre outros, demonstraram que os jovens já não vivem sem tecnologia.

A escola pode desempenhar um papel fundamental uma vez que pode articular as várias valências que a escola poderá fornecer em função da realidade que vivemos. Nos casos relatados nos textos, os jovens, ao desenvolverem conteúdos em media digitais, estão também a construir a sua identidade, pois o facto de conseguirem aprender e desenvolver a sua aprendizagem nesses meios, fá-los sentir competentes, o que contribui para a auto-estima, tão importante na adolescência e na construção de identidade.



A construção a partir de novos media contribui para a construção de identidade através da reflexividade - de quem são, do que os outros pensam que são. Os jovens olham, assim, para si próprios, criticando e consumindo as suas próprias imagens, mas também incluem outros no ambiente que criaram – cultura colaborativa e participativa. É uma socialização-em-acção na medida em que há sempre possibilidade de se alterar, modificar, reorganizar a produção multimédia, mediante o feedback que se vai recebendo. E assim, também falamos em identidades-em-acção, na medida em que a produção cultural, com múltiplas facetas, onde se incorporam imagens novas e velhas (cultura convergente), se vai (re-)construindo.

Escolhi, para este item, três intervenções por forma a conseguir cobrir os aspectos mais relevantes dentre os 5 fóruns de discussão.

A minha escolha recaiu na reflexão do colega Rui Fernandes, não só pelo conteúdo bem organizado e conciso, mas também pela forma de descrever determinadas situações que, se não nos fazem rir, pelo menos fazem-nos sorrir. O Rui refere que se por um lado os jovens refugiam-se nas novas tecnologias, por outro dão-se a descobrir plenamente ao divulgarem aspectos íntimos, o que nos leva novamente à questão da segurança na Internet.

Relativamente às outras duas escolhas, a intervenção II, do colega Pedro Amaral deveu-se ao facto de resumir de forma clara e objectiva, a utilização dos novos meios digitais em meio escolar, de forma profícua e significativa e, contrariamente às habituais críticas, também colaborativa. Finalmente, a intervenção III, evidencia a utilização do telemóvel em contexto escolar de uma forma possível e positiva. Há, como já foi referido, que tentar rentabilizar as potencialidades dos nossos jovens, inovando nas estratégias, metodologias e formas de actuação.



Intervenção I
Viva

Quero começar por dizer que estou completamente de acordo com a Filomena e a Paula.
Depois dar os parabéns pelo excelente trabalho do grupo.

Sobre aquilo que li gostaria de realçar, logo no início, a ideia absolutamente fantástica mas deliciosamente perigosa do bébé-tecno com chip ou sem ele...

Efectivamente, a identidade social dos jovens que estamos a criar e que serão os futuros pais (veremos se conseguirão fazer os filhos tecno-virtualmente ou se há matérias em que nada se alterará...), pode levar-nos a pensar nesta possibilidade mais seriamente do que, inicialmente, julgaríamos ir fazer.

A identificação dos jovens com as tecnologias é de tal forma vincada que, em todos os sentidos comunicacionais, os jovens nem se apercebem como elas passaram a ser extensões deles próprios, como é referido no trabalho do grupo. É pertença, comunhão de saberes, não de sabores por enquanto, partilha, colaborativismo, colectivismo. Os pares acabam por se unir em torno da causa, uma causa própria, bem determinada, uma causa tecnológica.

Salienta-se o caso específico dos telemóveis, hoje em dia, um acessório como qualquer outro, importante, sem o qual quase se sentem desprotegidos, despidos de qualquer virtude ou conhecimento. Dão a vida pelo aparelho, se perdido recuperá-lo "ou morrer a tentar recuperá-lo" passa a ser um objectivo de vida.

É curiosa a contradição entre refugiarem-se claramente nas tecnologias, nomeadamente, na web, e darem a conhecer, por outro lado, o espaço que habitam, a sua intimidade, divulgando-o nas páginas pessoais, blogues, com imagens ou vídeo de webcam. Percebe-se uma certa ausência de definição, uma busca constante dos outros, embora uma busca pelo isolamento. Partem demasiado fechados em si próprios, sem partilha física e contacto directo, mas a verdade é que é um processo que se vive durante a construção da identidade e que não se mantém por toda a vida. Podemos chamá-la de vida de funil, invertido embora, mas assim é. Começa por muito recato, no seu próprio espaço, aquele que melhor dominam, gostam de o dar a conhecer sem contestação alheia, impossível de efectivar pela distância imposta pela tecnologia. Vão alargando ao longo da vida e a verdade é que, adolescência passada, verificamos que a abertura é cada vez maior e a necessidade de interacção directa, mais física, torna-se um desejo a realizar.

Até podemos saber como os jovens utilizam as tecnologias e verificar os produtos daí resultantes, mas fundamental mesmo será a reflexão "sobre os efeitos das tecnologias na construção de identidades". E questionar se é o que queremos para a sociedade ou se devemos intervir e utilizar o bom senso determinando os limites do razoável. É que se forem ultrapassados demorará muitas gerações a construir uma nova identidade social colectiva.

RF


Intervenção II



Este artigo, de forma coincidente ou não, termina na perfeição o meu percurso reflexivo sobre a influência dos meios digitais na identidade social dos adolescentes. Isto porque as ideias que resultam da análise da síntese realizada pelo grupo V vão de encontro aquilo que eu penso sobre o papel dos meios digitais no processo de aprendizagem e da construção da identidade dos adolescentes. Talvez por trabalhar diariamente com adolescentes dos 15 aos 18 anos e desenvolver inúmeros projectos que envolvem e exigem atitudes colaborativas de aprendizagem( pela especificidade das área técnico-artísticas que lecciono), considero que este artigo aborda questões fundamentais para todos aqueles que trabalham em educação.

Contrariamente à visão redutora, preconceituosa e pessimista que habitualmente adjectiva a massiva utilização dos novos meios digitais pelos adolescentes, este artigo apresenta-nos uma outra perspectiva, um outro olhar, seguramente mais optimista e pró-activo. Afastando-se dos efeitos nefastos ou perniciosos, esta perspectiva enfatiza dois aspectos que considero essenciais:

a) Os novos meios digitais podem e devem ser utilizados pelos agentes educativos e pela escola como ferramenta de aprendizagem significativa. Como instrumento mediador de reaproximação dos alunos ao contexto escolar, fazendo com que as suas vivências, as experiências pessoais, o seu saber, os seus ideais, no fundo, as suas identidades em construção sejam tidos em conta no processo ensino aprendizagem e o enriqueçam.

O discurso no ensino tem mudado nas últimas décadas. Hoje a questão que se coloca à escola é a de saber lidar com a enorme diversidade que a habita. Uma heterogeneidade que necessita de estratégias de ensino orientadas e centradas no aluno, que não permanece indiferente às diferenças que existem em cada um dos seus alunos. As potencialidades que os novos meios digitais apresentam para a prática de um ensino diferenciado e orientado para o aluno e para a expressão da sua identidade pode e deve ser aproveitado pela escola. Um ensino que com a ajuda dos novos meios consiga promover “ (…) o desenvolvimento do espírito democrático e pluralista, respeitador dos outros e das suas ideias, aberto ao diálogo e à livre troca de opiniões, formando cidadãos capazes de julgarem com espírito crítico e criativo o meio social em que se integram e de se empenharem na sua transformação progressiva. (Artigo II, alínea 5 LBSE)”.

b) Outro aspecto importante que o artigo aborda é a questão da colaboração. Uma das habituais criticas que se fazem aos meios digitais é que estes apelam e promovem o individualismo dos adolescentes, as atitudes egocêntricas e o alheamento face aos outros. Este artigo demonstra que a escola e os professores, através desses mesmos meios digitais têm a possibilidade de promover nos jovens atitudes que promovam o trabalho em equipa e a relação do indivíduo com a comunidade, com a cultura e a sociedade que habitam.

No fundo, e em jeito de síntese, considero que os professores, os pais, os adultos em geral, mais do que assumirem uma atitude negativa ou reprovadora face à influência dos media digital nos jovens, devem antes de mais assumir a sua função de educadores, promovendo perante estes práticas que lhes permitam ser melhores indivíduos, mais competentes profissionalmente e socialmente e sobretudo mais humanistas.

Pedro Coelho do Amaral



Intervenção III


Boa noite,

De facto, a facilidade de uso e a fácil obtenção de um telemóvel levou à massificação do mesmo. Para os adolescentes, o telemóvel, para além de ser um meio de comunicação enquanto ferramenta e canal para troca de informação, é também um instrumento de socialização. Assim, é impensável um jovem ter o telemóvel desligado (andam sempre com o carregador “em punho”), nem que seja por breves instantes. É muito importante estar sempre disponível (sentimento social de presença).

Com o evoluir das tecnologias, também o telemóvel apresenta novas funcionalidades, tais como ter a possibilidade de organizar um diário pessoal, quer através de texto, fotografias ou filmes.

Embora, neste estudo o baixo nível de literacia tecnológica evidencie uma limitação na utilização do telemóvel.

Tal como no texto 1, também este texto mostra que o telemóvel funciona como uma extensão dos próprios jovens, uma vez que os decoram (sobretudo as raparigas), atribuem nomes carinhosos, e não conseguem viver sem ele. Há como que uma personificação do telemóvel quer de si próprio quer dos amigos, no sentido de ser através do telemóvel que se passam momentos importantes da sua vida. É através do telemóvel que se constroem amizades, namoros, aspectos muito importantes para os jovens. Já presenciei jovens terminarem o namoro através de SMS, o que me deixou um pouco chocada pela frieza com que o fizeram. Pareceu-me que não tiveram/ têm a noção das reacções que causaram (o facto de não estarem presentes fisicamente, fá-los sentir-se protegidos, não se inibindo de escrever o que quer que seja).

Em aula é complicado gerir esta situação, uma vez que as turmas são grandes e, apesar de as regras serem claras quanto ao uso do telemóvel, nem sempre são respeitadas. Já estive numa escola que colocou relógios de parede em todas as salas de aula, para não dar aos alunos a desculpa de mexerem no telemóvel para verem as horas.

Posso dizer que resultou, até porque os alunos sabiam que eram penalizados se não cumprissem a regras. Neste momento, a regra é a não utilização do telemóvel em aula porque efectivamente dispersa a atenção ou empenho nas actividades. Haverá forma de conseguirmos integrar este media digital em aula? De momento não consigo conceber uma forma, a não ser utilizando as vertentes fotográfica e de filmagem. No futuro, quem sabe…

[] Margarida

2 - Identidade Social na Adolescência

Resumo MDS Act

2 - Identidade Social na Adolescência - Reflexão e Intervenções

Reflexão




Nesta segunda actividade, o nosso objectivo foi o de analisar o processo de construção da identidade durante o período da adolescência, através da síntese de três textos:

Recursos de Aprendizagem:
Huffaker, D.; Calvert, S. (2008). Gender, Identity and Language Use in Teenage Blogs. In Journal of Computater-Mediated Comunication, 10 (2), article 1.
Schmitt, K.; Dayanim, S.; & Matthias, S. (2008). Personal Homepage Construction as an Expression of Social Development. In Development Psychology, 44 (2), 496-506.

Recurso Complementar
Schoen-Ferreira, T.; Aznar-Faria, M.; Silvares, E. (2003). A construção da identidade em adolescentes: Um estudo exploratório. In Estudos de Psicologia, 8 (1), 107-115.

Assim, partiu-se da caracterização da adolescência, com menção a teorias do desenvolvimento, como por exemplo a referência a Erikson (1972), na descrição das várias etapas da vida. Verificou-se que a internet assume um aspecto muito importante na vida dos adolescentes, no entanto há que estar em alerta para os perigos que podem advir de uma exposição inadvertida. Foi ainda referida a forma de escrita dos jovens em suporte digital, parecendo-me que, dependendo dos contextos, os jovens a usam de forma mais livre ou mais formal.

Seleccionei duas intervenções elaboradas por mim, uma vez que abordam as temáticas propostas para esta 2ªactividade.

Intervenção I


Olá,

Seguindo o que foi dito...

A adolescência pode ser caracterizada como uma fase da vida onde ocorrem alterações físicas, psíquicas e sociais significativas na construção da identidade. Assim, o jovem tende a procurar saber “Quem sou eu?”, olhando à sua volta. A família é a primeira referência que aparece e, embora nesta fase o jovem tenda a distanciar-se sobretudo dos pais, com o sentido de encontrar o seu lugar, os valores incutidos pela família desde que nasceu, prevalecem de alguma forma na sua mente. Se a sua família está estruturada, possivelmente será sempre um “porto seguro”, mas se isso não acontece, terá de continuar à procura de valores, crenças, através de outras referências. É, muitas vezes, através dos seus pares que o jovem encontra, ou pensa que encontra o seu lugar. “ Na contemporaneidade essas relações, muitas vezes, são estabelecidas ou reafirmadas no ciberespaço que, segundo Lévy (1999), é o novo ambiente de sociabilidade e arranjo social, mas também novo espaço da informação e do conhecimento: o local onde surgem as tecnologias digitais”, in Santana (2006).

De acordo com o Glossário Terminológico de Psicologia SociaI, “Identidade social refere-se ao aspecto "nós" do nosso auto-conceito que depende do nosso sentido de pertença a um determinado grupo social. É assim uma forma particular de representação social que serve de mediador na relação entre o indivíduo e o mundo social. As funções da identidade social incluem o enquadramento da pessoa no ambiente social, a comunicação das posições pessoais e o estabelecimento de relações com os outros (reconhecimento social).”

As novas tecnologias surgem então como representação social na medida em que o adolescente de hoje beneficiará (se usado com “conta, peso e medida”) de mais meios de socialização e, consequentemente, de conhecimento. Este “novo” meio de socialização traz consigo uma panóplia de oportunidades, uma vez que o jovem pode assumir diferentes papéis (embora de acordo com Huffaker, Calvert e Gender (2008), a maior parte dos jovens disponibilizam os seus dados pessoais, muitas vezes dando também a sua indicação de localização geográfica), de forma a responder a questões de identidade, quer pessoal, quer sexual, quer social, entre outras.

Os jovens de hoje procuram responder às mesmas questões que nós, enquanto adolescentes também gostaríamos de ver respondidas. Se as informações da família não são suficientes, ou são postas em causa, há que encontrar referentes noutro lado. Os amigos, os pares serão a escolha óbvia. Mas tanto cara-a-cara, como através do computador, os perigos podem surgir, pois a vida virtual não é mais que uma extensão da vida real. Não descurando as oportunidades que existem através das novas tecnologias, dada a possibilidade de “vestir diferentes roupagens”, há que alertar o jovem para os diferentes perigos, quer reais quer virtuais, há que munir o adolescente de informações sobre o que o rodeia, para ele próprio se poder defender.

Deve ser referido que no estudo de Schmitt, Dayanim & Matthias (2008) o s resultados indicam que os jovens estão a criar páginas pessoais e blogues. Os jovens que o fazem, sentem que foram bem sucedidos (maestria) e que usam estes espaços para expressar a sua identidade. É também demonstrado que os jovens desejam sociabilizar com diferentes tipos de pessoas das que habitualmente convive. Daqui se verifica que o período de adolescência continua a ser um período de experimentação que pode ser positivo. Com o acesso às novas tecnologias, o jovem que é bem sucedido na criação de uma página pessoal, de um blog, sentir-se-á com maior auto-estima e isso poderá reforçar a passagem por este processo até chegar à idade adulta.


Margarida

Intervenção II


A adolescência pode ser caracterizada como uma fase da vida onde ocorrem alterações físicas, psíquicas e sociais significativas na construção da identidade. Assim, o jovem tende a procurar saber “Quem sou eu?”, olhando à sua volta. A família é a primeira referência que aparece e, embora nesta fase o jovem tenda a distanciar-se sobretudo dos pais, com o sentido de encontrar o seu lugar, os valores incutidos pela família desde que nasceu, prevalecem de alguma forma na sua mente. Se a sua família está estruturada, possivelmente será sempre um “porto seguro”, mas se isso não acontece, terá de continuar à procura de valores, crenças, através de outras referências. É, muitas vezes, através dos seus pares que o jovem encontra, ou pensa que encontra o seu lugar. “ Na contemporaneidade essas relações, muitas vezes, são estabelecidas ou reafirmadas no ciberespaço que, segundo Lévy (1999), é o novo ambiente de sociabilidade e arranjo social, mas também novo espaço da informação e do conhecimento: o local onde surgem as tecnologias digitais”, in Santana (2006).
De acordo com o Glossário Terminológico de Psicologia Social(w3.ualg.pt/~jfarinha/activ_docente/psicologia%20social/glossario/glossario.htm#Auto-conceito), “Identidade social" refere-se ao aspecto "nós" do nosso auto-conceito que depende do nosso sentido de pertença a um determinado grupo social. É assim uma forma particular de representação social que serve de mediador na relação entre o indivíduo e o mundo social. As funções da identidade social incluem o enquadramento da pessoa no ambiente social, a comunicação das posições pessoais e o estabelecimento de relações com os outros (reconhecimento social).”

As novas tecnologias surgem então como representação social na medida em que o adolescente de hoje beneficiará (se usado com “conta, peso e medida”) de mais meios de socialização e, consequentemente, de conhecimento. Este “novo” meio de socialização traz consigo uma panóplia de oportunidades, uma vez que o jovem pode assumir diferentes papéis (embora de acordo com Huffaker, Calvert e Gender (2008), a maior parte dos jovens disponibilizam os seus dados pessoais, muitas vezes dando também a sua indicação de localização geográfica), de forma a responder a questões de identidade, quer pessoal, quer sexual, quer social, entre outras.

Os jovens de hoje procuram responder às mesmas questões que nós, enquanto adolescentes também gostaríamos de ver respondidas. Se as informações da família não são suficientes, ou são postas em causa, há que encontrar referentes noutro lado. Os amigos, os pares serão a escolha óbvia. Mas tanto cara-a-cara, como através do computador, os perigos podem surgir, pois a vida virtual não é mais que uma extensão da vida real. Não descurando as oportunidades que existem através das novas tecnologias, dada a possibilidade de “vestir diferentes roupagens”, há que alertar o jovem para os diferentes perigos, quer reais quer virtuais, há que munir o adolescente de informações sobre o que o rodeia, para ele próprio se poder defender.
Deve ser referido que no estudo de Schmitt, Dayanim & Matthias (2008) o s resultados indicam que os jovens estão a criar páginas pessoais e blogues. Os jovens que o fazem, sentem que foram bem sucedidos (maestria) e que usam estes espaços para expressar a sua identidade. É também demonstrado que os jovens desejam sociabilizar com diferentes tipos de pessoas das que habitualmente convive. Daqui se verifica que o período de adolescência continua a ser um período de experimentação que pode ser positivo. Com o acesso às novas tecnologias, o jovem que é bem sucedido na criação de uma página pessoal, de um blog, sentir-se-á com maior auto-estima e isso poderá reforçar a passagem por este processo até chegar à idade adulta.
Margarida