sexta-feira, 22 de maio de 2009

1 - Perfil do Estudante Digital - Reflexão e Intervenções

Reflexão





A primeira actividade em Media Digitais e Socialização teve como objectivo a definição do estudante digital, tendo em conta os conceitos de Nativo Digital e Imigrante Digital, caracterizados por Prensky (2001 e 2004).


Foram muitas as questões abordadas através dos trabalhos apresentados e depois discutidas no fórum, tais como: diferenças entre nativo e imigrante digitais; conflito geracional entre o nativo, o jovem do séc. XXI que domina as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), como se dele fizessem parte, por vezes, como se de uma extensão do seu corpo de tratasse e o imigrante digital, com idade entre os 30 e os 50 anos que, apesar de tentar estar a par dos avanços tecnológicos, não está imerso neste mundo como o nativo digital, aspecto este referido, de uma forma muito clara e objectiva pela colega Filomena Grazina; as diferenças fisiológicas entre o cérebro de um estudante digital e o do imigrante digital, patentes na descrição muito bem efectuada pela colega Milena Jorge; o papel da escola e o papel do professor/ formador ser fundamental na adopção de estratégias que estejam de acordo com a realidade que se lhes apresenta; diversidade sócio-cultural, o que pode determinar as estratégias e a metodologia a adoptar; utilização das potencialidades do estudante digital no seu percurso académico, favorecendo as aprendizagens para que o aluno não domine somente as competências digitais, mas também as competências funcionais, sociais, cognitivas, de raciocínio, entre outras, que o podem preparar para ser um bom profissional no futuro.



Fundamentalmente, adquirir estas noções fez-me reflectir ainda mais sobre a questão do processo de ensino-aprendizagem, no âmbito da minha actividade docente. Sistematizou o que havia vindo a observar nas minhas aulas e, sempre que possível, punha em prática para agrado dos meus alunos que responderam sempre positivamente a actividades com recurso às TIC.


Intervenção I

olá a tod@s!


Assumindo que existe uma nova forma de aprender (e ensinar) na era das TIC, não concordo, com uma alteração profunda dos conteúdos em função dos **interesses dos alunos digitais** mas, sim, com uma mudança de estratégias e metodologias, por parte dos professores.

Considero que, neste novo contexto educativo o processo de adquirir, explorar, inquirir e aplicar conceitos, deve-se a uma mudança de comportamentos, atitudes, valores e, até mesmo, nos modos de pensar. Diria que é necessário promover a concentração necessária à aprendizagem e **compatibilizar**, de certa forma, a apetência pelas tecnologias com as actividades pedagógicas.

Relativamente à 2ª questão, é um pouco mais complexa de responder. Ambos apresentam competências diferentes e, por conseguinte, é difícil que afirmar que um ou outro estará melhor preparado para o futuro.

Contudo, e, não sendo da área da psicologia, gostaria de fazer uma comparação com a **ciência cognitiva** com a **ciência computacional**, uma vez, que andam a par.


Reparem nesta imagem, que representa os 2 hemisférios (esquerdo e direito) do nosso cérebro:





Manual de Psicologia B "A Entrada na vida" 12º Ano (pág. 83) da Areal Editores

Vou realçar apenas alguns aspectos da imagem acima que considero mais interessantes para este tema. Podemos visualizar que no hemisfério esquerdo, constam as funções ligadas mais à parte da escrita e linguagem verbal, enquanto que no hemisfério direito as funções mais ligadas à parte visual e linguagem não verbal.

Todos nós sabemos que a nova geração (alunos digitais) comunica através de um vocabulário que não depende exclusivamente de palavras, mas também de imagens, vídeos e sons (multimédia). A apropriação destes artefactos, juntamente com a uma melhor gestão das emoções, permite-lhes comportamentos mais adequados a uma construção de redes sociais.

Por outro lado, o imigrante digital tem uma percepção visual linear (texto em linha) mais desenvolvida.

Fazendo, assim, uma ligação desta imagem com a r**//evolução da recepção da informação//**, poderia dizer, que os alunos digitais têm a parte do hemisfério direito mais desenvolvido, e que os imigrantes digitais, por sua vez, desenvolveram mais o hemisférico esquerdo.

Apesar dos alunos digitais reconhecerem com mais facilidade os textos pictóricos e moverem-se muito melhor em ambientes gráficos, não significa que os consigam decifrar e entender de uma forma mais adequada que os imigrantes digitais.

No mundo actual os alunos digitais estão muito bem adaptados ao modo comunicacional, instantâneo e superficial dominante na nossa sociedade, conseguindo respostas muito flexíveis à constante mudança. Os Imigrantes digitais apesar de conseguirem elaborar a informação de um modo mais profundo e rigoroso sentem alguma dificuldade em acompanhar a rapidez da comunicação contemporânea.

Milena

Intervenção II


Caros colegas:


- Sendo a nova forma de aprender do estudante digital centrada nos "seus critérios e apenas sobre os seus interesses”que implicações terá esta característica na educação dos mesmos?

Concordando com o que a maior parte de vós já expos relativamente ao papel do professor, não posso deixar de referir que o ensino, directamente relacionado com a instituição escola, sempre se deparou com o problema de ser construído e regido por uma geração e destinado à geração seguinte. Se tivéssemos à nossa disposição uma máquina do tempo há 50 anos atrás talvez encontrássemos diferenças tão significativas e aparentemente tão irreconciliáveis entre professores e alunos, relativamente a valores e expectativas de vida, como as de hoje. Assim sendo, penso que é sempre possível a convivência entre os dois “mundos” desde de que, naturalmente, se façam “cedências” parte a parte. No caso Nativos “versus” imigrantes digitais os primeiros terão que prescindir da postura de que só faço o que me interessa e os segundos terão que procurar encontrar e utilizar as ferramentas facilitadoras das aprendizagens dos nativos.

No entanto, reconheço que provavelmente este problema é mais gritante actualmente porque a evolução é muito mais rápida e os seus efeitos não se fazem sentir no período de uma geração mas, se calhar, em apenas 10 ou 15 anos. Talvez por isso, hoje mais do que nunca, é confrangedor para qualquer professor o aparente desinteresse que a geração dos nativos tem para com a escola. Claro que os professores tentam “chegar” aos seus alunos mas será isso o suficiente? Não terá que se repensar a organização curricular existente, (talvez permitindo a existência de percursos diferentes)? Não será de repensar a organização por níveis em vez da tradicional turma?

- "Estará o novo estudante digital mais preparado para o futuro do que o imigrante digital?"

Do meu ponto de vista, claro que estará! Embora sendo uma imigrante não partilho da opinião de que no meu tempo é que era bom, como normalmente se ouve dizer. Assim como os que fizeram a tal 4ª classe em que se aprendia tudo hoje são incapazes de interpretar um gráfico, preencher um formulário, e engrossam as filas da Caixa Geral de Depósitos por não saberem usar as máquinas Multibanco, também os que não acompanharem o “progresso” serão excluídos do futuro, que se perfila digital.

As minha dúvidas e preocupações prendem-se com a capacidade de estabelecer e manter relações interpessoais e no respeito pelo trabalho dos outros, manifestado pela facilidade com que plagiam trabalhos e “piratiam” músicas, filmes, …

[] Filomena Grazina

Glossário da Cultura Digital




Ciberespaço



Espaço de comunicação que descarta a necessidade do homem físico para constituir a comunicação como fonte de relacionamento, dando ênfase ao ato da imaginação, necessária para a criação de uma imagem anônima, que terá comunhão com os demais.

Apesar da internet ser o principal ambiente do ciberespaço, devido à sua popularização e sua natureza de hipertexto, o ciberespaço também pode ocorrer na relação do homem com outras tecnologias: telemóvel/celular, pagers, comunicação entre rádio-amadores e por serviços do tipo “tele-amigos”, por exemplo. (JUNGBLUT, 2004; GUIMARÃES JR., 1999).

"Ciberespaço" in Wikipédia, A Enciclopédia Livre, 2009, http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciberespa%C3%A7o (consultado em 2009-04-21

Copyright


(palavra inglesa)

s. m.

1. Para um autor ou seu editor, direito exclusivo de explorar durante muitos anos uma obra literária, artística ou científica.

2. Marca desse direito simbolizada pelo sinal ©, impresso num livro, no verso da página do título e que é seguido pelo nome do titular do direito de autor e pelo ano da primeira publicação.

"copyright", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2009, http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx?pal=copyright [consultado em 2009-04-21].

Declaração legal de propriedade exclusiva dos direitos de utilização de ideias ou informações, incluindo o software de obras, fotografias, música e literatura. Devido à facilidade de se fazer download destas obras na Internet, é cada vez mais difícil para os proprietários de fazer valer os seus direitos autorais e impedir a distribuição ilegal, duplicação e reutilização de material protegido por direitos de autor.



Cyberbullying

s.m.

Recurso à tecnologia para assediar, intimidar, ameaçar ou humilhar alguém, ocorridos através da multiplicidade de ferramentas da era digital, como e-mail, mensagens de texto, websites, salas de chat, ou mensagens instantâneas. Para as vítimas, as marcas digitais deixadas pelo cyberbullying (Redes sociais da Internet, sites de partilha de fotos, imagens de telemóvel, gravações MP3, têm servido para desvirtuar a realidade pondo em causa a intimidade e a reputação), juntamente com a tentativa de se libertarem desta perseguição, podem aumentar o impacto do cyberbulling.

(Palavra formada pelo prefixo cyber (entidades e/ ou acontecimentos que ocorrem no ciberespaço)e o nome bullying que designa os actos premeditados e repetidos de violência física ou psicológica, praticados para intimidar ou agredir alguém).





Deep Dive

s.m.

Exploração mais profunda de informações adquiridas através da pesquisa de quantidades maciças de informação que um indivíduo recebe e procura. Um "mergulho profundo" significa um maior e deliberado envolvimento com informações específicas. Por exemplo, numa pesquisa através do feed RSS, um indivíduo pode optar por um "mergulho profundo" sobre uma determinada postagem do blogue - ler todo o post, ler os comentários do outro, procurar o tópico para aprender mais e, finalmente, entrar em feedback loop.


Feed

O termo Feed vem do verbo em inglês "alimentar". Na Internet, este sistema também é conhecido como "RSS Feeds" (RDF Site Summary ou Really Simple Syndication).

Na prática, Feeds são usados para que um utilizador de internet possa acompanhar os novos artigos e demais conteúdos de um site ou blogue, sem que precise visitar o site em si. Sempre que um novo conteúdo for publicado em determinado site, o "assinante" do feed poderá ler imediatamente.

Actualmente há 3 principais especificações para a criação de arquivos Feed:

RSS 1.0 - RDF Site Summary 1.0 (RSS-DEV).

RSS 2.0 - Really Simple Syndication 2.0 (Userland).

Atom (IETF).

As versões RSS 1.0 e RSS 2.0 são diferentes, possuem duas organizações que trabalham separadas, isto ocorreu porque após a finalização do grupo de estudos do RSS da Netscape duas organizações continuaram o desenvolvimento separadamente, o que originou duas versões diferentes. A especificação Atom (RFC-4287) é a única publicada por um órgão normalizador, no caso, a IETF.

Resumindo: arquivos Feeds são listas de actualização de conteúdo de um determinado site, escritos com especificações baseadas em XML. Os usuários incluem a hiperligação dos arquivos Feed em seu programa leitor de Feed (agregador) e recebem, sem visitar o site, as informações sobre as actualizações que ocorreram. Também é possível distribuir arquivos de áudio (podcasts), imagens e vídeo.

"Feed" in Wikipédia, A Enciclopédia Livre, 2009, http://pt.wikipedia.org/wiki/Feed (consultado em 2009-04-21)